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Para quem ousou vaticinar que a silly season não passava de um logro, uma espécie de mito urbano por confirmar, eis que a realidade acaba por se impor ultrapassando, em muitos casos, o imaginável.

Entre ministros que se desdobram num corrupio de cartas cinicamente assassinas onde, ATEMPADAMENTE, sinalizam a inevitabilidade do caos da atual governança, sobressaiu aquela tendência estupidamente suicida para exaltar o ridículo.

Não fossem os comentadeiros do reino aceitarem explicar ao povo o que pensar e aprender com tão rebuscado enredo palaciano, teríamos de presumir que a DISSIMULAÇÃO das nossas elites ultrapassara todos os limites.

Não obstante, a nação esforça-se por conter esta corrida para o abismo coletivo. O portuga, submerso em sacrifícios e impostos asfixiantes, indigna-se com tamanho frenesim que mistura imaturidade com irresponsabilidade e pergunta-se: QUAL É A PRESSA? QUAL É A PRESSA?!

"Felizmente, os derradeiros bastiões da sanidade, com altas responsabilidades de Estado, emergem para devolverem esmeradas centelhas de esperança à coletividade crescentemente moribunda. Nestes momentos, há sempre alguém que se lembra de citar Simone de Beauvoir para desferir um ralhete à populaça mais atrevida e garantir: »NÃO PODEMOS DEIXAR QUE OS NOSSOS CARRASCOS NOS CRIEM MAUS COSTUMES».

Em boa verdade, o país mergulhou numa apatia que dói de tão profunda e generalizada. O povo, soberano mas já pouco elucidado sobre as melhores opções a tomar, entrega-se à indiferença dos aflitos. Como um dia o escritor asseverou, “de vez em quando, como somos um povo de fogos de palha, ardemos muito, mas queimamos depressa." Felizmente, os derradeiros bastiões da sanidade, com altas responsabilidades de Estado, emergem para devolverem esmeradas centelhas de esperança à coletividade crescentemente moribunda. Nestes momentos, há sempre alguém que se lembra de citar Simone de Beauvoir para desferir um ralhete à populaça mais atrevida e garantir: "NÃO PODEMOS DEIXAR QUE OS NOSSOS CARRASCOS NOS CRIEM MAUS COSTUMES".

Rasgos de sensatez que nos restituem à verdade perene e IRREVOGÁVEL. Quando nos referimos ao descontentamento dos nossos concidadãos, ainda que porventura sofridos e injustiçados, cai sempre bem estabelecer comparações com aquele tempo sublimado pela opressão dos torturadores e carrascos nazis sobre os franceses durante a II Guerra Mundial. O esplendor da estética falada a sobrepor-se à inconveniente aspereza da realidade.

Tudo isto é tão oportuno como desencadear uma REVISÃO de um qualquer PLANO DIRETOR MUNICIPAL pouco antes de eleições autárquicas. Cai bem fazer as coisas com leveza e moderada divulgação. O tempo é de calor e férias. De que valeria maçar as pessoas com download daqueles ficheiros bem carregadinhos de informação e mapas tremidos que demoram madrugadas a abrir?!…
A DISCUSSÃO PÚBLICA deve centrar-se em assuntos de real interesse para a SALVAÇÃO NACIONAL. O que importa é dar ao povão aqueles espetáculos fora do pacote habitual, onde o bicho PEGA DE CARAS uma ou outra bicha atravessada. Siga a pândega! OLÉ!

                                                                                                                                                                                                     © José Manuel Alho




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